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Resenha: A vida do livreiro A.J. Fikry – Gabrielle Zevin – Paralela

Sinopse: 

Uma carta de amor para o mundo dos livros “Livrarias atraem o tipo certo de gente”. É o que descobre A. J. Fikry, dono de uma pequena livraria em Alice Island. O slogan da sua loja é “Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo”. Apesar disso, A. J. se sente sozinho, tudo em sua vida parece ter dado errado. Até que um pacote misterioso aparece na livraria. A entrega inesperada faz A. J. Fikry rever seus objetivos e se perguntar se é possível começar de novo. Aos poucos, A. J. reencontra a felicidade e sua livraria volta a alegrar a pequena Alice Island. Um romance engraçado, delicado e comovente, que lembra a todos por que adoramos ler e por que nos apaixonamos.

Minha opinião: 

Após terminar A vida de um livreiro estou um tanto quanto melancólica. Como o próprio livro diz é mais fácil escrever sobre as coisas que detestamos do que sobre as coisas que amamos. É muito difícil, pra mim, escrever o que esse livro me fez sentir, e quão real ele me pareceu.

“Uma questão sobre a qual muito pensei é por que é tão mais fácil escrever sobre coisas que desgostamos/odiamos/cremos ser falhas do que sobre as coisas que amamos” – pág. 173

A vida de A.J. Fikry tomou uma reviravolta brusca quando sua amada esposa Nic morreu em um acidente de carro. De uma vida feliz em meio a suas paixões – os livros e a mulher de sua vida – para, agora, em seus quarenta anos, tomar conta sozinho da livraria que abriu com sua falecida esposa e beber todas as noites a fim de esquecer sua infelicidade. 

A.J. se tornou um homem amargo e muito solitário que nem os livros conseguem mais apaziguar e está prestes a se aposentar e desistir de tudo quando o destino sofre mais uma reviravolta e dá a A.J. mais uma chance de ser feliz.

Nas primeiras páginas do livro confesso que fiquei um tanto confusa com a narrativa da autora. Ela começa a contar a história da vida de A.J de uma forma um tanto desconexa e sem aprofundamento. É quase como se escolhesse acontecimentos aleatórios da vida dele e jogasse no livro para que o leitor interpretasse e preenchesse as lacunas como quisesse. 

Além disso, o fato de a narrativa variar de ponto de vista, ás vezes até para personagens secundários, confunde um pouco o leitor. Porém, um pouco mais pra frente, quando alguns mistérios são revelados e a história começa a fazer sentido, vi que estava completamente enganada e comecei a compreender o propósito da autora e perceber a beleza da obra.

“Lembre, Maya: as coisas que nos tocam aos vinte não são necessariamente as que nos tocam aos quarenta, e vice-versa. Isso é verdade para livros e para a vida.” – pág. 37

O modo como a narrativa vem e vai no passado e presente e entre os personagens principais e secundários apenas reforça a idéia de que a vida de todos, de uma maneira ou de outra, está conectada de alguma forma. A autora nos mostra como uma atitude impensada tem um impacto – bom ou não – na vida de outras pessoas. Mostra como o destino ás vezes muda nossa vida da água pro vinho e como o amor pode nos mudar e ao nosso cotidiano.

Ao longo do livro vamos acompanhando as mudanças em A.J. e em sua vida, como ele acaba encontrando a felicidade e compartilhando suas paixões – os livros – com as pessoas que ama. O livro todo é encantador e nos traz mensagens lindas sobre a vida no modo geral e tudo que realmente importa no final das contas. A autora, no seu modo sutil de narrar, torna tudo muito real: os conflitos, as emoções, as tragédias, os desencontros, e o crescimento pessoal de cada personagem.

É uma obra que é bela justamente na simplicidade da vida do livreiro. Além disso, recomendações literárias de A.J. no início de cada capítulo com seus comentários sobre os livros são encantadores, de encher os olhos de qualquer leitor. Outra coisa que encanta é o modo como todas as fases da vida por quais A.J. passa está de alguma maneira ligada a um livro, e pra qualquer amante da literatura isso é emocionante. Acabamos então por conhecer o gosto literário de A.J. e a opinião dele sobre diversos livros.

“As pessoas contam mentiras chatas sobre política, Deus e amor. Vocês descobre tudo o que precisa saber sobre uma pessoa com a resposta desta pergunta: Qual é o seu livro preferido?” – pág. 69

É simplesmente impossível não se encantar com a história de A.J. e não se sentir emocionado com as mensagens de vida que o livro traz. Esse é o tipo de livro que te toca e te transforma em outra pessoa, que qualquer apaixonado por livros deveria ler. 


Apenas fazendo uma última ressalva, gostaria de deixar expresso aqui que fiquei incomodada com a falta de capricho da revisão. Antes de ler já tinha ouvido falar que foi uma revisão um tanto mal feita, então ao ler já estava procurando pelas falhas, e acreditem, encontrei algumas. Apesar desse fato – triste, na minha opinião – esse ainda é um livro que vale a pena ser lido. 

Larissa Gaigher

4 comentários:

Camila Teixeira

Ai, não tem como não amar o A.J. né? O personagem é turrão, mas aqueles turrões do bem! AHAHHA eu adorei a leitura desse livro, achei fluida apesar da maneira como ela transcende os tempos, muito interessante!

http://www.livrologias.com/

Larissa Gaigher

Sim Camila, amei o A.J. <3 E concordo com você, a leitura flui bem rápido e é envolvente apesar de tudo! Amei o livro!
Beijos

Larissa Gaigher

O livro é lindo e emocionante Gabriel, apesar dos erros vale bastante a pena, mas sugiro que, se você souber ler em inglês, procure o original, tenho certeza que vai ser bem melhor!
Beijos

JannaGranado

Oi Larissa na minha opinião todas as pessoas que amam livros deveriam ler A Vida do Livreiro A.J. Fikry, é uma leitura maravilhosa, eu simplesmente amei, é um dos livros que pretendo reler em breve. Adorei sua resenha você soube expressar muito bem o que o livro nos transmite.


Beijos!!!
http://livrospuradiversao.blogspot.com.br

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