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Resenha: Anjos do Sagrado Coração - Collen Curran

Sinopse:

As garotas do ANJOS DO SAGRADO CORAÇÃO sacam de cara os bons dançarinos na pista de dança, passam as tardes no shopping, vão a festas no lago e se divertem com sexo casual. Elas sabem todos os passos; sabem contar calorias, pintar as unhas, tragar um cigarro e arrumar o cabelo. Todos as chamam de “as Putinhas da colina”, mas elas não ligam. Têm 15 anos e estamos nos anos1980! Elas frequentam a última escola só para garotas de Milwaukee – e lá a inocência é escassa e a felicidade é algo que pode ser agarrado no banco de trás de um carro veloz. Conheça a exuberante e desinibida Astrid, sua problemática e ansiosa amiga Juli e Thisbe, a tímida recém-chegada. Elas acreditam que podem dominar o mundo, não importa como. Mas depois que uma noite de promiscuidade se mistura a uma série de atitudes perigosas e mortais, o mundo delas na escola nunca mais será o mesmo. Lírico, cru e libertário, ANJOS DO SAGRADO CORAÇÃO revela Colleen Curran como um grande talento. A autora cresceu em Milwaukee, como as três protagonistas deste livro. Atualmente, vive em Richmond, na Virgínia. ANJOS DO SAGRADO CORAÇÃO é seu primeiro romance.

Minha Opinião:

Decidi ler esse livro depois de vê-lo a décadas na minha estante, resolvi então ler e caso não gostasse colocaria para troca, e confesso que agora eu não vou troca-lo não.


Anjos do Sagrado Coração conta a historia de três amigas que estudam em uma escola só para meninas na década de 80, essa escola é comandada por freiras e fica numa pequena cidade, sendo esta a última escola para meninas do lugar.

Conhecemos então Astrid, Juli e Thisbe, três garotas que estão em busca de uma libertação, de uma vida diferente e louca, sem regras, onde tudo que conta é fazer o que lhes dão na telha, vivendo uma vida regada a drogas, sexo e muita badalação. Juntas as três botam fogo na pequena cidade e na escola onde estudam, sendo conhecidas assim como "as putinhas da colina". 

Quem vê de longe, pode até achar que elas são garotas mimadas, ricas e totalmente loucas, que fazem isso porque realmente são umas "putinhas", mas quem lê a historia até o fim, consegue ver que nada é o que aparece.

No começo achei o livro confuso, porem assim que passei da pagina 50, a narrativa melhorou muito. Comecei a acompanhar e entender cada um dos personagens, o mais legal do livro é isso, conhecermos pouco a pouco cada personagem e a sua bagagem até ali.

Astrid é a mais louca do grupinho, faz sexo com qualquer um, não tem nenhum pudor, vive metida em confusões e é a líder entre elas, sentimos muita raiva dela no livro, dela e de suas atitudes, porem entendo o que ela fez, principalmente por seu drama familiar, drama esse que cada uma das personagens tem em sua família de um modo diferente.

Juli é a seguidora fiel de Astrid e a mais problemática e dependente dentre elas, faz muitas loucuras, porem é muito sozinha e completamente ignorada por sua família.

 Thisbe era uma garota solitária, sem identidade, até que foi para o Sagrado Coração e conheceu Astrid e Juli, la ela se rebelou, fazendo as maiores loucuras ao lado das inseparáveis amigas, como é ela que narra o livro, acabamos por ver tudo pelo seu olhar, a personagem é muito bem descrita, tem uma bagagem emocional intensa, e é uma seguidora fiel de Astrid, mas ao contrario de Juli, ela pensa de uma forma diferente de todas, adorei o romance que ela teve no livro, mas discordei de muitas atitudes suas.

O livro é totalmente sem puderes, então espere muitas cenas quentes nesse livro, muitas risadas e muitas reflexões, porem lembre-se, esse livro conta como era a década de 80 e sobre aquela geração, e não sobre a geração de hoje. Não espere por um romance água com açúcar, ao contrario, espere por um livro "cru" que expõe o que aconteceu sem nenhuma intenção de agradar.

Gostei muito da leitura, e de seu desenvolvimento, gostei também da forma como a autora descreve o livro, achei que ela podia ter escrito mais no fim, mas mesmo assim, indico a leitura para quem quer se aventurar em uma história sobre uma geração tão falada e sobre umas meninas que acertaram e erraram muito, porem sem ter vergonha de fazer isso e assumir quem eram, boa ou más, putinhas ou não.

"Nem pergunte sobre essa coisa do Benny/Tom. Foi uma merda que eu aprontei. Minha cretinice. Meu maior azar. Em casa, ajeitei minha franja de um jeito sexy para disfarçar olho preto e minha mãe nem percebeu por dois dias. Só no Natal, quando estávamos tirando retratos em volta da arvore - Padgett já meio bêbado, ela e eu - e ela para uma hora para afastar meu cabelo dos olhos, e exclamou: "Oh, querida!". Disse que bati numa porta. E ela acreditou." Pag. 141

"Vou me lembrar de todos os meus beijos quando tiver cem anos de idade. Todos os meus beijos são primeiros beijos. Todos, sem exceção. É assim comigo." Pag. 192


Renata Sara